Polaris
Polaris
Essa série me virou do avesso…
Atenção, esse texto contém spoilers!
Acho que desde quando eu assisti "Pousando no amor", "Alquimia das almas", "Vincenzo", e "Rei eterno", um na sequência do outro, não tinha ficado tão cativada por uma série.
Uma investigação política no nível internacional, uma mulher descredibilizada que enxerga o perigo e decide falar, um homem solitário que encontra uma razão para amar. Eu resumiria a série assim.
O final é lindamente triste, mas isso não tira nem um pontinho do meu dez.
Adoraria que tivesse uma segunda temporada, pois meu coração empático grita “eles mereciam uma segunda chance”. Mas eu entendo que talvez não tenha uma segunda chance, pois o final foi completo e eficaz ao dizer “muitas vezes o preço de fazer a coisa certa é o sacrifício”.
San-ho não era um homem bonzinho, ele fez muitas coisas erradas tentando buscar a coisa certa. Transformou suas dores em sede de justiça. Transformou suas mágoas em força para combater o mal, mesmo que ao fazer isso com as próprias mãos também fizesse o que era errado. Buscava proteger aqueles que pareciam com ele quando não foi protegido.
Entretanto, San-ho era inteligentíssimo, astuto, e um homem de caráter. Não experimentou o amor, então decidiu amar uma causa, depois amou o dinheiro, depois amou a liberdade, e mesmo assim se sentia vazio.
Viu tanta maldade e atrocidades que não conseguia acreditar em nada além do concreto e natural.
Mun-Ju, uma mulher de princípios, inteligente, forte e gentil. Que perdeu ao longo da vida tudo que um dia depositou confiança, seu pai, sua mãe, seu filho, seu marido e seu amor. Mas mesmo em meio a tantas tristezas, Mun-Ju decidiu não se calar, não se render, não deixar ser calada, não se entregar só por ser uma em meio ao caos.
Iniciou uma jornada por motivos pessoais, mas descobriu que recebera uma missão gigantesca em suas mãos.
Com medo e uma coragem diplomática, Mun-Ju não tinha a astúcia do mundo mal, enquanto que San-Ho tinha astúcia e força, mas não tinha um motivo justo para usar.
Essa união linda, intensa e infelizmente rápida, era tudo que ambos ansiavam a vida inteira. Porém, mesmo quando alcançaram, San-Ho entendeu “Eu te protejo e você protege a nação”. Ele protegeu a plataforma, para ela alcançar a altura certa da decolagem. Ele se entregou por inteiro, para que ela não se entregasse só pela metade.
Depois de tantos anos solitários ele entendeu que o amor não é egoísta, o amor não busca só sua própria felicidade, mas procura o bem estar de quem ama e impulsionar o amado a seguir em frente.
Sim, Mun-Ju é uma mulher muito sofrida, mas às vezes a vida é assim.
E como cristã, eu entendo que o amor é assim, sacrificar tudo para salvar o mundo, deixar tudo pra trás por uma missão, por um propósito maior. Só que ao contrário da série, eu sei que quem fez isso em perfeição por nós, é Jesus. E a parte mais alegre dessa história real, é que tem segunda temporada, estamos vivendo depois do sacrifício, entre a dor do caos, a ousadia da missão e a esperança do por vir. Pois na terceira e última temporada deste mundo, aqueles que estiverem no amado, experimentarão plenamente que o amor durará para sempre.