Treine o seu dragão

Eu assisti Como Treinar o Seu Dragão nos cinemas e cheguei em casa repetindo — Que filme bom! — várias vezes. Fazia um bom tempo que eu não assistia algo de ação e aventura que realmente prendesse minha atenção, a ponto de quase roer as unhas. Claro que eu não conhecia a história, então o impacto foi novo para mim.

Mas, além disso, algo me marcou nesse filme... o fato de o Soluço, o protagonista, querer tanto se encaixar e ser como os outros vikings.

Em uma determinada cena o amigo dele, que é ferreiro, diz:

— Para de se esforçar tanto para ser quem você não é...

E Soluço responde:

— Mas eu só quero ser igual a vocês.

Quantas vezes vivemos a mesma situação? Sua identidade e sua autenticidade, apontam para agir de um jeito, mas isso ecoa como estranheza — ou até mesmo fraqueza — para os demais. E aí, você:

• se anula para se encaixar,

• se negligencia para ser aceito,

• se desdobra em vinte para "gerar" orgulho em alguém que você ama, mas que não te entende.

O pai de Soluço tinha total razão quando disse: “Você pode ser muitas coisas, mas matador de dragões você não é." Entretanto, o que o pai não viu era o potencial, o talento, a capacidade que o filho tinha de treinar dragões.

E, como bem retratado na história, as pessoas que são como o pai de Soluço — isso pode doer, mas é importante ser dito — elas não vão te entender. Mas, se você seguir sendo quem realmente nasceu para ser, conforme você avançar, elas vão te aceitar.

Eu não sei qual é o seu "dragão", qual é a área da sua vida em que todo mundo quer que você faça de um jeito, mas você enxerga outra possibilidade.

Quero apenas te lembrar do que o filme me lembrou: talvez você ser o único diferente seja uma bênção para todos que te acham esquisito, ousado ou "doido".

Pois, onde todo mundo é 8 ou 80, a vida coloca um Soluço — alguém desprezado por todos — que sabe treinar dragões.

Seja autêntico.

Não aceite ser o que os outros querem, nem viva o propósito de outras pessoas.

Viva e faça o que você nasceu para fazer.

Treine os seus dragões.

Escrito por: Beatriz Fumagalli